PL nas mãos de Azambuja deve terminar em porta da rua para deputados
| INVESTIGAMS/WENDELL REIS
A confirmação do presidente estadual do Partido Liberal (PL), Tenente Portela, de que Reinaldo Azambuja (PSDB) assumirá o comando do partido a partir do próximo ano pode significar o fim da linha para o deputado federal Marcos Pollon e o deputado estadual João Henrique Catan.
A dupla tentou disputar a Prefeitura de Campo Grande, mas não recebeu aval do ex-presidente Jair Bolsonaro, que preferiu aceitar a proposta de Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel, ambos do PSDB, para apoio a Beto Pereira (PSDB) na eleição de outubro.
Para Pollon, a aliança com o PSDB custou mais caro. Ele foi tirado da presidência, que passou para o comando de Portela. Além disso, viu toda construção de candidaturas feita no período da gestão dele cair em uma só canetada.
Pollon construiu as candidaturas com a intenção de ser oposição ao PSDB no Estado, a quem classifica como partido de esquerda. Foi justamente a reclamação feita pelo PSDB, que disse a Bolsonaro que o grupo é de direita e prometeu parceria, que prontamente foi aceita pelo ex-presidente, com promessa de Reinaldo e, talvez, Riedel, comandarem o partido no Estado. A possibilidade de ver a maioria dos prefeitos do Estado se mudando para o PL encheu os olhos das lideranças do partido no País, fechando imediatamente o recurso, ainda que tenham dado a palavra para Tereza Cristina.
Após assumir o partido, Portela sentou com o grupo do PSDB e manteve apenas 17 das 40 pré-candidaturas do partido em Mato Grosso do Sul, resultando até em ação na justiça de insatisfeitos. A decisão fez o partido perder a candidatura nas principais cidades do Estado.
Em Campo Grande, o PL indicou para vice Coronel Neidy, que já era a escolhida do PSDB e se filiou ao Partido Liberal para dizer que a sigla foi contemplada. Em Dourados, quem ganhou a vaga de vice foi a esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira, Giani Nogueira.
João Henrique Catan, que sempre disse acreditar na influência de Bolsonaro para eleger o prefeito da Capital, viu as esperanças chegarem ao fim com a parceria. A situação dele é ainda mais delicada porque é o único opositor de Riedel na Assembleia Legislativa.
A reportagem entrou em contato com os dois deputados para questionar a possibilidade de pedirem na Justiça o direito de deixarem a sigla sem perder o mandato.
João Henrique disse que não está preocupado com essa possibilidade no momento. “Não me preocupo com fatos do futuro que estão na mente apenas das pessoas. Me preocupo com o presente e atender meu eleitor dando a maior vitória a direita raiz nas urnas do MS”. Pollon não respondeu ao questionamento.
Na semana passada, o deputado Lucas de Lima conseguiu o direito de deixar o PDT sem perder o mandato. Ele recorreu à justiça após ser preterido na disputa para a Prefeitura de Campo Grande, além de ver o partido descumprir a promessa de indicá-lo para comandar a sigla no Estado.
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